Resumo: Este texto foi redigido sobre referenciais teóricos, conceitos, dados estatísticos. Mas a metodologia utilizada, que visava uma fotografia ampla da realidade, foi impotente para atingir o objetivo proposto porque o conteúdo básico da realidade observada é maior que números e palavras. O retrato que se impõe é o do homem como sujeito, debatendo-se dentro de uma estrutura cujo controle lhe foge. Este homem tem as várias faces dos pacientes atendidos e entrevistados. Sua verdade é, contudo, universal: a face do oprimido de todos os tempos. Acima de tudo, o conteúdo desse trabalho é constituído de suas vidas e suas mortes que, talvez indevidamente, expomos. Discutimos aspectos biológicos e sociais do tratamento de tuberculose entre os excluídos, as características da abordagem terapêutica atual, as peculiaridades da população de rua e os conflitos que despontam nesta relação. O primeiro capítulo abordará a ação estatal no controle da doença conforme a visão de vários autores. O segundo capítulo se constitui do material empírico que embasará nossas reflexões. Desse material, no capítulo seguinte, delineiam-se cortes do real que foi possível apreender dentro de um olhar que se quer crítico. Como resultado dessas reflexões, é possível concluir que o conceito de cuidado em saúde para com os excluídos deve transcender uma abordagem meramente biologicista para que possa ter uma ação transformadora.
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